É inevitável começar pela história de amor. Existissem pirilampos luminosos a representar a paixão e, quando o Luís, pai da Leonor, se aproxima da Mariana veríamos apenas uma luz, maior que o sol. Conheceram-se quando o Manel tinha dez meses e Mariana recuperava de uma dolorosa separação.
“O Manel, um bebé irresistivelmente simpático com os seus dez meses conquistou o Luís, e o Luís (igualmente irresistível) tratou de me conquistar a mim.”
Na vida de Mariana os grandes amores nascem depois de momentos de dor. Diz-se que é a lei da compensação. O Manel nasceu dois anos depois da mãe de Mariana ter falecido.
“Ter um bebé sem ter a minha mãe comigo era verdadeiramente assustador. Eu queria partilhar tudo com a minha mãe, tê-la ao meu lado e queria fundamentalmente ser uma mãe tão boa como ela. A minha mãe contava como tinha sido feliz nas três gravidezes, como os partos naturais foram óptimos e como eram a melhor opção, como eu tinha ‘saído como um sabonete’ e como tinha sido a melhor coisa que lhe tinha acontecido.”
Amamentar nem era opção, era uma obrigação. Mariana guarda uma frase da avó quando o Manuel nasceu: “Dar de mamar não é uma escolha da mãe, mamar é um direito do bebé.”
Ser mãe do Manel foi “estranho e mágico”. Com os medos e as inseguranças de ainda não acreditar no instinto. Com muita pressão para fazer desta e daquela maneira. Apesar disso, o Manel, hoje com 2 anos, mamou em exclusivo até aos seis meses e como complemento até aos 13. “Com a Leonor a história é outra. Mama livremente desde o primeiro dia, quando quer, sem restrições. Pegou lindamente, a subida de leite foi indolor assim como a amamentação tem sido até agora.” E assim será enquanto a Leonor quiser.
Para Mariana o melhor de amamentar é ver e sentir a satisfação do bebé. E, além de ser prático, é o alívio imediato das ansiedades da mãe e do filho.
“Uma mãe sente melhor do que ninguém o que o seu bebé precisa em cada momento.” E para Mariana, amamentar é o resumo de tudo isso.
Catarina Beato
27 de Junho de 2013