Ser mãe foi mais do que concretizar um sonho, foi uma alteração profunda na forma de ver a maternidade. Em seis meses, Minerva aprendeu novos conceitos – afecto, co-spleeping (partilha da mesma cama) e babywearing (sling, pano e outras formas de transportar o bebé perto do corpo da mãe) – que deram sentido e serenidade à sua nova missão. Autores como Carlos González e o trabalho da associação de apoio à amamentação (ALMamar) foram fundamentais neste processo.
“Na minha opinião não há uma grande cultura sobre a amamentação. Durante a gravidez li muito sobre como os cuidados a ter com o bebé mas pouco sobre amamentar. Sabia que queria dar mama mas não sabia o que isso significava”.
Minerva recorda que, nas aulas de preparação para o parto referiram a “livre demanda” (amamentar sempre que o bebé quer) mas não explicaram que isso por significar dar de mamar a cada 10 minutos.
Assim, quando Julio nasceu e, ainda no hospital, chorava muito e só estava bem a mamar Minerva assustou-se. “Agora sei que nada de estranho se passava, o meu filho só queria contacto físico com a mãe”, confessa.
Apesar da insistência de algumas enfermeiras para que introduzisse leite artificial, Julio completou seis meses de amamentação exclusiva, “lindo e enorme”.
“Nunca olhamos para o relógio, não sei quantas vezes mama. Mama quando precisa e quando precisa eu estou ali.”
Catarina Beato