Luís mamou pela primeira vez ainda preso ao cordão umbilical. Para Nadia amamentar sempre foi uma parte de ser mãe, como parir: natural e instintivo.
Quando nem se põe a hipótese de não amamentar, as dificuldades deste caminho são muito duras: a dor, uma mastite e o Luís que não aumentava o peso.
Depois de toda a força e confiança que Nadia tinha vivido com um parto natural surgiram os medos. Neste momento de fragilidade, Nadia assume a sorte de ter estado rodeada de pessoas que a ajudaram e destaca a importância dos grupos de apoio à amamentação onde pode conversar com outras mães que passavam pelo mesmo processo. Nadia percebeu que não estava sozinha e conseguiu manter o instinto em que acreditava.
Depois de todos os problemas ultrapassados, sobrou apenas o prazer de amamentar e assim será por tempo “indeterminado” enquanto Nadia e Luís quiserem.
Amamentar é nutrir. E aqui as diferenças entre escrever em brasileiro e português não chegarão para mostrar a beleza deste verbo. Nutrir é mais que alimentar, é dar tudo o que é necessário para existirmos, para o nosso bebé existir, é amor, é aconchego. “E receber muito em troca.”
“Apesar de viver em uma sociedade que não apoia muito a amamentação, em geral me sinto acolhida. Muitas vezes recebo um sorriso de incentivo pelas ruas, mesmo em uma cidade muitas vezes fria como São Paulo. Isso me faz acreditar que as coisas podem e vão mudar.”
Catarina Beato
9 de Novembro de 2013