“Amar é respeitar, compreender, e saber dar sem reservas. Amar e ser amado, compensa sempre.” É assim, desta forma universal de explicar o amor que Saray descreve aquilo que sente por Martín desde 16 de agosto de 2012, o dia em que “a vida mudou”.
“Quando sonhava ser mãe, desde muito pequenina fazia-o de forma irresponsável, idílica e inconsciente. Depois achei que ser mãe era uma responsabilidade demasiado grande que não sabia se conseguiria cumprir. Mas o desejo permanecia. Mas, na verdade, quando estava grávida não imaginava o que implicava ser mãe.” Mas o instinto, o “mágico” instinto, essa força que nos leva a agir mesmo quando, na teoria, não sabemos o fazer, estava lá.
É o mesmo instinto que diz a Saray que amamentar é o melhor que pode fazer pelo seu filho, por si e pela sua família.
“Muita gente pensa, e diz-me, que amamentar é uma forma de escravatura para a mãe. Nada mais distante da realidade.” Para Saray amamentar é ter o alimento para Martín sempre pronto e à temperatura ideal, guardado e transportado no lugar ideal sem necessidade de esterilização ou de uma quantidade de objectos que serem apenas para imitar a mama. Se a escravatura é ter que ser sempre a mãe a dar, “não há problema”. Saray descreve o momento como íntimo e simbiótico.
Para além de perfeito em termos de saúde, Saray refere o facto de, em seis meses não ter gasto um cêntimo na alimentação de Martín. “Não é só uma questão de economia da minha casa, é uma questão de economia do planeta”.
Mas o mais importante é saber que nos seus braços e no seu peito está tudo o que Martín precisa para acalmar o choro.
“Não existe amamentação prolongada, existe o acto de amamentar até ao fim. E a sociedade devia respeitar mais a amamentação. E as pessoas deveriam ser mais informadas para que pudessem escolher criar um filho desta maneira.”
Catarina Beato
Dezembro 2013